A 12ª conferência da ONU sobre o clima, que está a decorrer em Nairobi, vai intensificar os esforços na luta contra as alterações climáticas. Se nada for feito, os cenários que se colocam são terríveis. Dê a sua opinião.
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Sexta-feira, 17 de Novembro de 2006

Resultados negociais no mecanismo de desenvolvimento limpo

Francisco Ferreira (Quercus) em Nairobi
Como exemplo negocial, talvez valha a pena uma pequena nota sobre o mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL). O dossier ficou terminado ontem pelas 9 e pouco da noite, mas com um final algo infeliz. África tem sido o continente que menos está a aproveitar projectos do mecanismo de desenvolvimento limpo pagos pelos países ricos aderentes a Quioto, nomeadamente no que respeita a investimentos nas áreas das energias renováveis, conservação de energia ou na reflorestação sustentável de determinadas áreas. O problema prende-se acima de tudo com a dimensão do mercado e com a incapacidade de gerar e implementar esses projectos. Tradicionalmente assim só se fala da Índia, China, América Latina… Daí que o Secretário Geral das Nações Unidas no seu discurso aqui no Quénia tenha lançado a “iniciativa de Nairobi” que envolverá seis agências da ONU no sentido de promover estes projectos nos países em desenvolvimento. O sentido dos países de África prende assim sempre com ajuda e dinheiro, ajuda e dinheiro, ajuda e dinheiro. E assim foi… em cima da mesa estavam duas propostas que desagradam as organizações ambientalistas – uma da União Europeia que pretende incluir a captura e armazenamento de carbono (CCS) no mecanismo de desenvolvimento limpo (a discordância prende-se com o facto de esta tecnologia não estar provada, não promover directamente um desenvolvimento sustentável – porque é de fim de linha e redireccionar investimentos de outros projectos mais importantes), e outra do denominado G77 (países em desenvolvimento com alguns petrolíferos pelo meio, em particular a Arábia Saudita), que pretende que se autorize no quadro do MDL plantações massivas de árvores à custa de floresta natural secundária – não primitiva, mas sem dúvida bastante relevante do ponto natural. O dossier ficou bloqueado e só houve acordo quando se acordou em que o assunto vai ser discutido nos próximos um (reflorestação) ou dois (CCS) anos, e ficou no texto uma menção clara à necessidade de fundos a apoiar a capacitação dos países em desenvolvimento. África nem sempre faz muito por si, mas os outros não fazem realmente praticamente nada por África.
publicado por nairobi às 09:55
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1 comentário:
De Mário Barros a 17 de Novembro de 2006 às 20:46
Loool porque será que "(...)assim só se fala da Índia, China, América Latina(…) porque são países que se estão a desenvolver os países ricos não querem saber dos pobres muito menos economias em ascensão como a Índia e a China.

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