O ministro do Ambiente anunciou um reforço de 78 milhöes de euros para o Fundo Português do Carbono, para ajudar Portugal a cumprir o protocolo de Quioto.
Nunes Correia considerou esta medida “importante para combater as alteraçöes climáticas”.
O Fundo de Carbono é financiado pelos países que não estão a cumprir os niveis de emissões; ou se quiserem outra leitura: o Fundo de Carbono é um mecanismo que se destina a ajudar os países a cumprir o acordo internacional para o combate às alteraçöes climáticas.
O fundo de carbono pode servir, nomeadamente, para comprar licenças de emissão ou investir em mecanismos de desenvolvimento limpo. Os países podem cumprir parte dos seus objectivos de redução financiando projectos de eficiência energética de países em desenvolvimento.
Nunes Correia adiantou que o fundo português, que dispõe actualmente de seis milhões de euros, deverá contar com 348 milhões de euros até 2012 e 78 milhões de euros já em 2007.
Entre as principais medidas que estão a ser desenvolvidas por Portugal para combater as alterações climáticas, Nunes Correia salientou o PNAC (Plano Nacional para as Alterações Climáticas) e o PNALE (Plano Nacional de Atribuição de Licenças de Emissão), "prevendo-se neste último uma redução de 10 por cento das licenças de emissão".
As associações ambientalistas vão estar na cimeira do clima que hoje começa em Nairobi.
Os ecologistas vão exigir aos estadistas a garantia de que a temperatura do planeta não sobe mais de dois graus nas próximas décadas.
Esta medida só é possivel com a diminuição à escala global das emissões de gases de efeito de estufa a partir do ano 2020. Os ambientalsitas exigem também compromissos por parte dos países em desenvolvimento, que não chegaram a estar envolvidos no protocolo de Quioto; por isso Francisco Ferreira, da Quercus, que vai estar em Nairobi a acompanhar esta cimeira, diz que “está em cima da mesa um novo protocolo para substituir Quioto”.
Assim, “os compromissos a assumir por cada país deverão ter em conta o seu histórico de emissões e a capacidade de redução”, diz a Quercus em comunicado.
Entretanto, as associações de ambiente da Europa apontam para a necessidade de cumprir os objectivos já estabelecidos para a Europa, ou seja: uma redução de 15 a 30 por cento das emissões de gases de efeito de estufa (com base no ano de 1990) até 2020. Refira-se que no quadro do Protocolo de Quioto a Europa comprometeu-se a reduzir as emissões em 8 por cento até 2010, e de 60 a 80% até 2050.
E Portugal?
Portugal em 2004 estava 40,8 por cento acima de 1990 (ano de referência para as negociações), obrigando o Protocolo de Quioto a um aumento limite de 27 por cento.
O Governo já assumiu que em relação à meta de Quioto de 76,3 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) equivalente se verificará uma ultrapassagem em 5,8 milhões de toneladas/ano, implicando um custo total de 348 milhões de euros que já começaram a ser assumidos pelos Orçamentos de Estado de 2006 (6 milhões de euros) e 2007 (72 milhões de euros) através da constituição de um Fundo de Carbono.
Para assegurar o cumprimento das estimativas de cumprimento do Protocolo de Quioto presentes no Programa Nacional para as Alterações Climáticas (PNAC), publicado em Agosto de 2006, é preciso uma redução média das emissões de gases de efeito de estufa em cerca de 1% por ano entre 2004 e 2012.
O PNAC apresenta ainda as medidas de combate às alterações climáticas que os diferentes Ministérios se comprometeram a detalhar até 15 de Setembro; mas estas medidas ainda não foram calendarizadas, por isso a Quercus pede ao governo que explique porque é que cada um dos ministérios ainda não deu a conhecer estas medidas sectoriais.