O Tuvalu, um micro Estado do Pacífico, já tem um acordo para que a Nova Zelândia receba cerca de metade de sua população (10 mil pessoas), para trabalhar na agricultura, se as águas do mar subirem e Tuvalu desaparecer do mapa.
Este é um exemplo dos receios que os modelos científicos sobre a subida do nível dos mares estão a trazer. Os relatórios dizem que entre 1990 e 2100 o mar vai subir 88 centímetros.
Este cenário vai trazer centenas de refugiados ambientais, por isso os cientistas não vacilam ao dizer que “no longo prazo, a subida do nível do mar será o impacto mais grave do aquecimento global sobre a sociedade", disse o professor alemão Stefan Rahmstorf, coordenador da equipa de avaliação de cenários para o aquecimento global.
As alterações climáticas vão derreter camadas de gelo e elevar o nível da água, e o estudo afirma que os países já deviam pensar numa forma de organizar a "retirada" das áreas que podem ser mais afectadas, incluindo algumas ilhas, partes de Bangladesh e até mesmo o Estado norte-americano da Flórida.
A situação foi agravada, afirmou a equipa alemã, pela frequência maior de tempestades de grande porte, provocadas pelo aquecimento da temperatura do mar. Isto significa que muitas pessoas podem ter que fugir de áreas costeiras atingidas por furacões.
Várias das maiores cidades do mundo ficam no litoral. Alguns países ricos podem conseguir construir diques, como na Holanda, mas os países pobres estão condenados a submergir.
Acidez do Mar
Entretanto, o Conselho Consultivo Alemão sobre Alterações do Clima Global, afirmaram, em Nairobi, que cerca de um terço do CO2 lançada na atmosfera está a ser absorvido pelos oceanos, o que faz com que as águas fiquem mais ácidas.
De acordo com o relatório, a maior acidez do mar terá efeitos profundos nos organismos marinhos, impedindo os camarões e as lagostas de formarem as suas carapaças, o que pode ter resultados desastrosos para as cadeias alimentares marinhas, e também para comunidades humanas que dependem do mar para sobreviver.
Os recifes de coral que atraem peixes e protegem as costas de tempestades e da erosão também estão ameaçados pela acidez, e, com as emissões de CO2, todos eles podem estar mortos até 2065, disse o Professor Stefan Rahmstorf, coordenador deste trabalho científico.