Segunda-feira, 6 de Novembro de 2006
O secretário executivo da Convenção das Partes sobre as Alterações Climáticas, Yvo de Boer, diz que quer “mais acção e menos palavreado”, e sublinha a necessidade de “tornar mais acessível o MDL” (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo), que tem como objectivo transferir, para os países em desenvolvimento, tecnologias mais eficientes do ponto de vista energético.
Curiosamente, a Austrália, que não ratificou o protocolo de Quioto, não concorda com as palavras de Yvo de Boer. Para esta conferência o governo de Camberra leva uma proposta de revisão do artigo 9, que fala da transferência de tecnologia; e, tanto a Austrália como a Rússia que os compromissos assumidos sejam de caracter voluntário e não vinculativo.
Concluído a 11 de Dezembro de 1997, em Quioto, Japão, o protocolo, que entrou em vigor em Fevereiro de 2005, determina uma redução das emissões de seis gases com efeito estufa que provocam o aquecimento do planeta: CO2 (dióxido de carbono), CH4 (metano), óxido nitroso (N20) e outros três gases (HFC, PFC, SF6).
No período 2008-2012, data em que termina a vigência do protocolo, os 35 países do anexo I do tratado e que representam no conjunto um terço das emissões mundiais, terão de reduzir as emissões de gases de efeito de estufa em 5 por cento relativamente ao ano de referência de 1990.
Os Estados Unidos da América, responsáveis por outro terço das emissões globais, e a Austrália são os únicos grandes países industrializados que não ratificaram o protocolo.
Outros grandes poluidores, como a China e a Índia também não estão abrangidos por metas de redução, já que são considerados países em desenvolvimento.
A décima segunda conferência internacional do clima que hoje começa na cidade de Nairobi, no Quénia, deve reforçar os esforços na luta contra o aquecimento global, um fenómeno que ameaça a humanidade e a economia mundial.
Pela primeira vez os trabalhos desta conferência decorrem num país da África Sub-Sariana, uma região muito vulnerável às consequências do aquecimento do planeta Terra e que não tem meios para combater esta “verdade inconveniente”, de que as condições climáticas da biosfera estão a mudar, de forma rápida, por via da acção do homem.
Como no ano passado em Montreal, a cimeira de Nairobi abriga a reunião da CNUAC (Convenção das Nações Unidas para as Alterações Climáticas), assinada por 189 países dos 192 estados membros das Nações Unidas. Por outro lado, Nairobi também recebe a segunda reunião das partes do Protocolo de Quioto, ratificado por 156 países, mas abandonada pelos Estados Unidos e pela Austrália.
O protocolo de Quioto obriga a que 35 países industrializados (os chamados países do Anexo I), que representam 1/3 das emissões mundiais, reduzam até 2012 5 por cento das suas emissões de gases de efeito de estufa, essencialmente ligados à combustão de energias fósseis como o gás, petróleo e carvão.
Sábado, 4 de Novembro de 2006
Portugal é um dos sete Estados-membros da União Europeia sem perspectivas de cumprir os objectivos de Quioto, mesmo recorrendo a medidas suplementares para reduzir as emissões, indica um relatório da Comissão Europeia.
Portugal apresentará em 2010 um aumento das emissões de gases com efeito de estufa de 31,9%, quando o seu compromisso é de não exceder os 27%.(SIC)
Ver mais348 milhões de euros é quanto Portugal vai ter de pagar para compensar a poluição que produz e que ultrapassa os limites que assumiu no Protcolo de Quioto, até 2012.