No segundo dia de trabalhos, os delegados da 12ª conferência internacional sobre alterações climáticas salientaram esta terça-feira a “necessidade imperiosa” de mecanismos de adaptação às alterações climáticas, fenómeno que ameaça destruir parte do património cultural e natural da Humanidade.
"O Atlas da Mudança Climática", elaborado pelo Instituto Ambiental de Estocolmo, com o apoio do PNUA (Programa das Nações Unidas para o Ambiente), foi esta terça-feira divulgado no Quénia.
Entre outros dados aponta-se a extinção de várias espécies. No caso do Parque Nacional de Doñana, em Espanha, o relatório indica que já foram perdidas cem espécies de plantas no último século.
O degelo acelerado dos glaciares pode causar a ruptura de lagos, e ameaça o parque Chavín de Huantar, no Peru, que abriga tesouros pré-incas, incluindo templos que datam do ano 900 a.C.
No Belize, a barreira de corais já sofreu descoloração devido ao aumento das temperaturas da água do mar, assim como diversos outros corais em todo o mundo, e continuará a deteriorar-se, caso as temperaturas continuem a aumentar.
"Estes dados representam um novo exemplo de que a mudança climática não é um fenómeno que afecta apenas um aspecto de nossas vidas", disse Achim Steiner, diretor-executivo do PNUA.
"Em África, vemos exemplos claros da diminuição das neves eternas do Kilimanjaro e do Monte Quénia", explicou Joseph Massaquoi, diretor do Escritório Regional para a Ciência e a Tecnologia de África da Unesco.
Outros locais catalogados como Património da Humanidade incluídos no relatório são os monumentos da cidade egípcia de Alexandria, ameaçados pela erosão do litoral e a inundação do delta do rio Nilo.
E, na Tailândia, as inundações já danificaram as ruínas de Sukothai, com 600 anos de antiguidade, enquanto 12 mil sítios arqueológicos e do período medieval na Escócia estão vulneráveis à erosão e ao aumento do nível do mar.